The indeterminacy of the maximum term of pre-trial detention

an open road to arbitrariness in criminal proceedings

Authors

  • Pedro Postal
  • Felipe Lazzari da Silveira

Keywords:

Criminal Procedure, Preventive Detention, Term, Authoritarianism

Abstract

This article problematizes the absence of a legal deadline for pre-trial detention in Brazil and its imbrications with arbitrariness in criminal proceedings. Prepared through bibliographical research on the subject, and a historical and contemporary analysis of the legal structure of the Brazilian criminal process, as well as the inquisitorial rationality and punitivist culture that predominate in the procedural field, the work aims to demonstrate that the legal omission in relation to the length of pre-trial detention makes it possible for arbitrariness to materialize in the procedural field and, consequently, for violations of fundamental rights to occur. By consulting foreign legislation, the article also presents a comparative analysis with Brazilian legislation, demonstrating that establishing an appropriate time limit for pre-trial detention is feasible. In order to corroborate the hypothesis that the absence of a defined maximum term for pre-trial detention is an open door to discretion, the article presents, respectively, some important points about pre-trial detention; a problematization of the peculiarities of Brazilian criminal procedure; an analysis of the legal omission in relation to the length of pre-trial detention; and a comparison of international legislation, indicating that setting a maximum time limit for pre-trial detention is possible and urgent, given that such a measure can prevent arbitrariness and violations of rights.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Pedro Postal

Mestrando em Política Social e Direitos Humanos na UCPEL; Advogado.

Felipe Lazzari da Silveira

Doutor e Mestre em Ciências Criminais pela PUC/RS; Professor do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da UCPEL; Advogado.

References

ANIYAR DE CASTRO, Lola; CODINO, Rodrigo. Manual de criminologia sociopolítica. Tradução de Amina Vergara. Rio de Janeiro: Revan, 2017.

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>; Último acesso em: 23/09/2023.

BRASIL, Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm>; Último acesso em: 23/09/2023.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus n.º 591.759 . Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, decisão monocrática. Brasília, 1 de julho de 2020. Brasília, DF: STJ, 2020e. Disponível em: <https://bit.ly/3HGM2fl>. Último acesso em: 15/12/2023.

BUDÓ, Marília de Nardin. Mídia e controle social: da construção da criminalidade dos movimentos sociais à reprodução da violência estrutural. Rio de Janeiro: Revan, 2013.

CÂMARA, Luiz Antonio. Medidas cautelares pessoais. Prisão e liberdade provisória. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2011.

CAMPOS, Francisco. O Estado nacional. Sua estrutura. Seu conteúdo ideológico. Rio de Janeiro: Empresa Graphica da “Revista dos Tribunais”: 1940.

CHAVES, Paulo Victor Leôncio. Os paladinos da ordem pública. Juízes e a (re)produção dos discursos legitimadores do encarceramento dos indesejados. Belo Horizonte: Casa do Direito, 2020.

CHOUKR, Fauzi Hassan. Medidas cautelares e prisão processual: Comentários à Lei 12.403/2011. São Paulo: Forense, 2011.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN) – SISDEPEN - Dados sobre o sistema prisional brasileiro. Disponível em:<https://www.gov.br/depen/pt-br/sisdepen>; Último acesso em: 18/10/2023.

DE GIORGI, Alessandro. A Miséria Governada Através do Sistema Penal. Tradução de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2006.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN); INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). A Aplicação de Penas e Medidas Alternativas, Disponível em:<https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/150325_relatorio_aplicacao_penas.pdf>; Último acesso em: 02/10/2023.

GIACOMOLLI, Nereu José. O devido processo penal: abordagem conforme a Constituição Federal e o Pacto de São José da Costa Rica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

GIACOMOLLI, Nereu José. Prisões, liberdade e cautelares pessoais. São Paulo: Marcial Pons, 2013.

GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Autoritarismo e processo penal. Uma genealogia das ideias autoritárias no processo penal brasileiro. Florianópolis: Tirant Lo Blanch, 2018.

GOMES, Marcos Alan de Melo. Mídia e sistema penal: as distorções da criminalização nos meios de comunicação. Rio de Janeiro: Revan, 2015.

LOPES JR., Aury. Introdução crítica ao processo penal: fundamentos da instrumentalidade garantista. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

LOPES JR., Aury. O direito de ser julgado em um prazo razoável: O tempo como pena e a (de)mora jurisdicional no processo penal. Revista da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais. Brasil, Ano 1, n. 1, junho – dezembro 2004.

LOPES JR., Aury. Prisões Cautelares. 6. ed. São Paulo: Saraiva. 2021.

LOPES JR., Aury; BADARÓ, Gustavo Henrique. Direito ao processo penal no prazo razoável. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.

LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

MIRANDA COUTINHO, Jacinto Nelson de. Sistema Acusatório: Cada parte no lugar constitucionalmente demarcado. In: SILVEIRA, Marco Aurélio Nunes da; PAULA, Leonardo Costa de (Org.). Observações sobre os sistemas processuais penais. Escritos do Prof. Jacinto Nélson de Miranda Coutinho. Curitiba: Observatório da Mentalidade Inquisitória, Miranda Coutinho, 2018.

MISSE, Michel. Malandros, marginais e vagabundos: A acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2023.

MORAES, Maurício Zanoide de. Presunção de inocência no processo penal brasileiro. Análise de sua estrutura normativa para a elaboração legislativa e para a decisão judicial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

PALIERO, Carlo Enrico. Legitimazione democrática versus fondamento autoritário: due paradigmi di diritto penale. In: STILE, Alfonso Maria (Org.). Democrazia e autoritarismo nel diritto penale. Napoli: Edizione Scientifiche Italiane, 2011.

PRADO, Geraldo. Excepcionalidade da prisão provisória: Comentários aos artigos 311- 318 do CPP, na redação da Lei 12.403/11. In: FERNANDES, Og. Medidas cautelares no processo penal: prisões e suas alternativas. Comentários à Lei 12.403, de 04.05.2011. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

SANTOS, Vinicius Lang dos. O Direito constitucional ao prazo razoável e a duração da prisão preventiva. 2008. 136 f. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

SILVEIRA, Felipe Lazzari da; CASTILHOS, Tiago Oliveira. O prazo de duração da prisão preventiva: um vazio legal no marco dos direitos humanos. Justiça do Direito. v. 30, n. 2, p. 330-346, maio./ago. 2016. DOI: https://doi.org/10.5335/rjd.v30i2.5145

SILVEIRA, Felipe Lazzari da. Para uma crítica da razão fascista no processo penal brasileiro. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2021.

VASCONCELLOS, Marcos de. No Brasil, exceção virou regra: prende-se para depois apurar, diz Marco Aurélio. Consultor Jurídico, 2015. Disponível em: <https://conjur.com.br/2015-fev-08/agora-brasil-prende-depois-apurar-marco-aurelio> Acesso em: 23/11/2023.

WACQUANT, Loic. As prisões da miséria. 2. ed. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. A palavra dos mortos: Conferências de criminologia cautelar. São Paulo: Saraiva, 2012.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Colonialismo y Derechos Humanos: Apuntes para una historia criminal del mundo. Madrid: Taurus, 2022.

ZAFFARONI, Eugênio Raul. O inimigo do direito penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.

Published

2024-01-24

How to Cite

POSTAL, P.; SILVEIRA, F. L. da. The indeterminacy of the maximum term of pre-trial detention: an open road to arbitrariness in criminal proceedings. Revista da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 1, n. 34, p. 365–386, 2024. Disponível em: https://revistadpers.emnuvens.com.br/defensoria/article/view/658. Acesso em: 19 sep. 2024.